quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Yami no Koe (em inglês, ou) Voices in the Dark



Essa é uma das melhores surpresas do ano, com certeza. Graças ao pessoal do grupo do facebook do Mundo Tentacular, entrei em contato com Yami no Koe, uma antologia de histórias de horror, escritas e desenhadas pelo gênio Junji Ito, o criador de Uzumaki.

Procurei, e infelizmente não encontrei nenhuma versão traduzida para o português, mas acredito que qualquer um que tenha uma base em inglês consegue entender as histórias (Sério, até eu consegui ler). Segue aí, uns comentários sobre cada uma das histórias curtas.


The Blood-slurping Darkness - Voices in the Dark abre muito bem, com um conto que mistura horrores modernos (anorexia) e horrores clássicos (morcegos). Uma narrativa clássica do Junji, com um clima de estranhamento crescente, até o final bizarro e mortal.


The Ghosts of Golden Time - Estava mais que na hora de alguém fazer uma boa história sobre uma das coisas mais terríveis que assolam nossa vida moderna: Comediantes stand up. A história tem uma atmosfera que involuntariamente lembra um episódio de Além da Imaginação.


 Roar of Ages - Provavelmente a mais fraca de todas. Um desastre que matou várias pessoas, parece estar fadado a se reprisar, no sentido mais literal que você pode imaginar.


Mistery in the Haunted House - Um clássico atemporal, sobre crianças e os horrores escondidos em uma casa assombrada. O dono da casa, e sua esposa têm os visuais mais interessantes entre todos personagens.



Glyceride - A pérola da antologia. Sobre uma família que mora em um apartamento imundo e cheio de gordura. A história é simples e doentia, mas os desenhos e situações são excepcionalmente nojentas, um verdadeiro estudo sobre como tornar uma história em quadrinhos algo desconfortável (no bom sentido) de se ler.


The Earth-bound People - Por todo o Japão, pessoas começam a apresentar uma depressão fora do comum, e passam a ficar imóveis, em posições estranhas, em lugares aparentemente aleatórios. Aqui o horror é todo psicológico, mas a falta de sangue e desmembramentos não afeta o impacto da descoberta das origens dos "enraizados".


Deadman Calling - Acho que o questionamento mais importante dessa história é; O que é crueldade, e até onde vingança e justiça ajudam, quando você perde alguém importante.

No todo, Yumi no Koe é uma antlogia muito bm feita, que agrada a todos os tipos de fãs de horror, e tem apelo até pra quem não é fã de amngás (como eu mesmo).

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Assim que der eu posto a versão pra download,

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Hack/Slash - Eutanásia

Primeiro especial protagonizado pela "maior" (e única ?) criação de Tim Seeley. Cassie Hack é uma pirigótica (de verdade, não existe melhor palavra pra definir o estilo dela) que percorre os Estados Unidos ao lado do feioso Vlad, caçando slasher's.


O termo pode ser novo pra você, mas o conceito já existe faz tempo; Slashers são pessoas que morreram tão cheias de ódio, que voltaram da tumba pra se vingar da humanidade, Jason Voohes, Freddy Krueger e Chucky, são exemplos de alguns slashers "clássicos" (a própria Cassie chegou a ter um crossover com o último deles).

Em Eutanásia, Cassie e Vlad vão até uma cidade do interior investigar uma série de assassinatos, e pra achar o responsável, precisam descobrir um segredo sombrio no passado de um casal feliz. A veterinária Lisa Elsten, que aparece como personagem coadjuvante nesse especial, acaba retornando em vários outros números, assim como o vilão da história, um slasher com a habilidade de ressuscitar animais mortos e os usar como zumbis ao seu comando.

Eu tinha esquecido como essa história era um tanto superficial, de qualquer forma é uma boa apresentação para o universo único de Hack/Slash. Estranho pensar como slashers são assassinos populares em filmes e series, mas nunca tiveram nenhum tipo de relevância nos quadrinhos.

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Feras (01-06)

David Lapham é um cara perturbado. Apesar de estar na ativa desde os anos 90, nunca tinha lido nada dele antes de estar sob o teto da Avatar, a editora mais gore que eu já conheci. 


Esse primeiro arco de Feras é bem interessante, uma mistura de história de suspense com o mito clássico do lobisomem, bastante sexo e muitas tripas e mutilações. Dale Chesnutt é um policial na pequena cidade de Cypress, no Minnesota. Depois de seu melhor amigo ser brutalmente assassinado, Dale é arremessado em uma bizarra corrente de eventos que o colocam contra uma seita de adoradores de Fenrir.

Acabei de ler a edição seis de Feras, e realmente não tenho ideia de onde isso tudo vai parar. Até aqui foi uma boa reinvenção do mito do lobisomem, que não tem grandes representantes na cultura pop desde... Lobisomem: O Apocalipse ? Ao menos que vocês queiram contabilizar o descamisado de Crepúsculo.

O desenhista da série é o brasileiro Gabriel Andrade, manja o blog do cara.

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domingo, 4 de agosto de 2013

Dread

Eu tinha esse arquivo do torrent chamado "After Dark Horror Fest 4" e por algum tempo achei que ele nunca iria acabar de baixar. Mas depois de alguns séculos, ele chegou aos maravilhosos 100% e eu pude começar a assistir os filmes. O primeiro da lista é Dread, que em inglês significa algo como "medo", "pavor", tanto que o nome em do filme em Portugal é Medo. Já aqui, no país do estado laico cristão você pode chama-lo de Lentes do Mal. Péssimo, eu sei.


O estudante de cinema Stephen Grace juntamente com seu novo e misterioso amigo, Quaid, começam um projeto para a faculdade. Eles pretendem entrevistar várias pessoas, e descobrir seus medos mais profundos, como "Kinseys do medo". Como é um filme de terror, logo as coisas começam a sair do controle, e Quaid começa a revelar o verdadeiro motivo de ter criado o estudo.

Durante o filme, tive a ótima surpresa de descobrir que a trama é uma adaptação de um conto do Clive Barker. A história aparece no segundo volume dos Livros de Sangue, e também se chama Dread, aqui no Brasil, os tradutores da área literária se mostraram mais dignos que seus colegas que trabalham para as distribuidoras de filmes, já que o conto foi chamado "Pavor".

sim, a marca é maquiagem, infelizmente
O que eu estou prestes a escrever aqui é poderoso o suficiente pra rachar o universo, então, faça uma prece antes de ir para a próxima frase... Preparado ? Ok, lá vai: O filme ficou bem melhor que a obra original. Contrariando todas as outras adaptações que consigo lembrar. O Pavor é um conto curto, meio esquisito e com um final até meio bobo, isso se tratando de Clive Barker, claro, por que comparado com obras de outros autores, é um texto regular/bom.

Um conto curto não tem material o suficiente pra render um filme, então, tiveram que complicar um pouco mais a trama, e é aí que a gente nota que os envolvidos sabiam exatamente o que estavam fazendo, e ao invés de "encher linguiça" como outras produções, eles aproveitaram as lacunas para dar ainda mais peso para os personagens.

Um filme bonito, pra gente descolada.