terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aquaman #01


Então, caras, o Aquaman é mais um desses personagens complicados de se falar, não tenho um grande conhcimento sobre esse mano. Sei que a origem dele varia um pouco, mas basicamente, se resume em ele ser um mestiço humano-atlante, que cresceu em terra firme, com o pai, que cuidava de um farol; Acontece que a atlante que o pai do moleque deu uma carcada, era a rainha de Atlantida, e o povo de lá acreditava na velha profecia que dizia que um mestiço destruiria o reino. Daí já viu, caçaram o Arthur, mas ele já era mulek piranha e se safou, cresceu e virou o "grande" Aquaman.


A origem e o clima das histórias mudaram bastante, o mano foi bom moço, badass, inseguro, arrogante, foi pai, rei, exilado, policial (de Subfrisco, não pergunte), teve de tudo, só fatou jogar no mengo e vender acarajé. Os defensores do personagem (sim, eles existem) sempre apontam pra uma ou outra fase razoável do herói, mas é forçar a barra contar esses arcos, que não são conhecidos por quase nenhum fanboy, e que o grande público nunca ouviu falar. A verdade cruel, é que o pobre Aquaman se tornou uma espécie de... Regina Cazé dos Sete Mares, amaldiçoada a tentar algo inovador, e sempre cair no ridículo. Isso quando não caia nas mãos de roteiristas sem noção, que mudavam até a origem da civilização atlante. Nunca foi explicado "em definitivo" (sei que isso não existe de verdade nas hqs) se os atlantes são humanos que foram viver nos mares, extraplanares ou alienígenas. O que sobrou do microverso do personagem é um monte de tentativas desconexas de novos começos e só.

A tal fase boa, por Peter David
No Dia Mais Claro, Geoff Johns usou o Aquamano como um dos personagens centrais do evento, e já deu conta de tentar reestabilizar tudo; Cortou os laços com Atlantida, deu ênfase no relacionamento dele com Mera, e colocou os dois na "Aquawar", porrando sozinhos Arraia Negra, Siren, e um exército de atlantes exilados. Nessa mesma saga surgiu o novo Aqualad (o antigo morreu na Noite Mais Densa), que tinha lá seu estilo, e prometia ser um sidekick bem maneiro. Durou pouco, mas serviu pra colocar o aquaverso num rumo interessante e coerente.

Aqualad boladão
Mas como cês sabem, veio o reboot/relaunch e as marés mudaram. Aquaman e Mera seguem juntos vivendo no mundo da superfície, como consequência direta do Dia Mais Claro, mas nessa primeira edição não deram nenhum sinal do Aqualad. Usando um pouco da lógica, imagino que o guri não tenha sido apagado, já que a DC tem usado ele no desenho dos Titãs (Young Justice) e também por que a editora tem sido criticada pela falta de diversidade racial, e o sidekick era negro. Além disso, um adolescente com dreads e tatuagens tribais é massavéio de mais pra ser desperdiçado assim, injustamente.

"Má e o que rola na primeira história, véi ?" Seguinte. O JG nos põe à parte da nova vida do Namor da DC, resolvendo crimes mundanos, como todo bom herói, e tendo que conviver com a fama de fracassado, o que dá um tom de humor e drama ao mesmo tempo. Já imaginou como é, estar à cima dos humanos normais e ainda assim ser motivo de piada no Robot Chicken ? Fora do conhecimento do aquacasal, uns seres blzarros chamados "abissais", saem do fundo do oceano e rumam pra superfície, comendo o que aparecer no caminho. Esses vilões são um bom começo, pra revitalizar os vilões do personagem, além de serem estilosos.

so fucking BAD
Além de mandar muito bem no traço, o Ivan Reis (BRASIL-IL!) tem o mérito de ter motivado o Johns a escrever esse título. O que eu espero daqui pra frente, é que explorem pontos menos abordados, como aventuras do herói, fora da água, e principalmente, que o JG dê o melhor dele, pra explicar a mentalidade dos atlantes, e como eles estão vivendo sem o rei e a rainha. Enquanto o autor estiver longe da farofada dos grandes eventos, ele tem tudo pra elevar o nível do herói, assim como fez com o Lanterna Verde e o Flash. Vamos combinar, que depois de tanto tempo, o Aquaman merece o seu lugar ao sol. (Mas que não fique muito por lá, se não desidrata)

Um comentário:

  1. "A verdade cruel, é que o pobre Aquaman se tornou uma espécie de... Regina Cazé dos Sete Mares, amaldiçoada a tentar algo inovador, e sempre cair no ridículo."
    hahahahahaha, ri demais!

    mano, conheço bem menos que você do aquaman, na verdade só sei que o cabra é material de piada no mundo dos quadrinhos, e achei foda usarem esse fator na história. a abordagem do geoff johns ta interessante, vamos ver se vai corresponder as expectativas.
    no geral achei bem interessante a revista, até pensei em fazer a resenha dela mas nao queria tirar a oportunidade de um dcnauta de verdade, pq eu tinha certeza que vocês teriam paidas muito melhores que as minhas (e acertei) hahahaha
    belo texto, doutor!

    ResponderExcluir