sábado, 18 de junho de 2011

Skreemer


Trilha sonora pra ler isso aqui


Mickey Maloney ducked his head when a bucket of whiskey flew at him
It missed, and falling on the bed, the liquor scattered over Tim
Bedad he revives, see how he rises, Timothy rising from the bed
Saying "Whittle your whiskey around like blazes, t'underin' Jaysus, do ye think I'm dead?"
Finnegan’s Wake
O trecho acima é de uma tradicional música irlandesa, que conta a história de Timothy Finnegan, que adorava uma bebedeira, caiu de uma escada, quebrou o crânio mas era um irlandês tão marrento que se recusou a morrer. Essa canção, posteriormente, serviu de inspiração para James Joyce, escritor de uma obra - complicadíssima, cheia de neologismos e uma história não linear - de mesmo nome. O livro foi, juntamente com os filmes Era Uma Vez na América e Caçada na Noite, inspiração para que o cenário gangster futurista (como o próprio Brett Ewins definiu) fosse criado.

Isso não é uma guerra. É um velório para os Mortos.
A HQ foi escrita pelo irlandês Peter Milligan (conhecido principalmente por Hellblazer), ilustrada por Brett Ewins (desenhou algumas edições de Juiz Dredd) e Steve Dillon (Preacher, Hellblazer, sei que nem precisava dizer).
A série teve 6 edições, a primeira data de publicação nos EUA foi em 1989. No Brasil foi publicada pela Editora Abril, e posteriormente (2003), numa versão encadernada da Brainstore. Somente algum tempo depois de comprar essa edição, descobri que a versão original era colorida. Isso mesmo, a Brainstore publicou a HQ em preto e branco, jogando no lixo todo o trabalho do colorista. Quadrinhos no Brasil, coisa levada à sério. (A editora, pelo que eu sei, fez isso com uns arcos de Preacher também).

(Planeta D'Agostini? Nem sabia que tinha sido publicado por outra editora, enfim)
A história de Skreemer é ambientada num cenário onde predominam as gangues e os gângsters. Houve uma guerra biológica de conseqüências desastrosas, na HQ se referem a esse acontecimento como “A Queda”. Já se passaram 38 anos desde a Queda, e os mafiosos conhecidos como “gigantes” perdem cada vez mais seu poder. O maior deles é Veto Skreemer, que se recusa a aceitar isso. Do outro lado, temos a família Finnegan, uma família irlandesa pobre tentando sobreviver em meio a esse cenário violento.
A narrativa é permeada por flashbacks onde, pouco a pouco, vamos conhecendo a história dos personagens principais, de como os caminhos de três amigos de infância podem tomar diferentes rumos, e a existência de um homem bom num mundo que faz os bons ficarem ruins, e os ruins, péssimos. A arte marcante de Ewins e Dillon combina perfeitamente com o clima noir da história.


É uma leitura que vai te fazer sentir vontade de tomar um porre de uísque barato e sair por aí cantarolando a história do velório de Tim Finnegan.

Mudando de assunto completamente, com essa palhaçada toda de reboot da DC, o Milligan vai escrever a revista da Tropa dos Lanternas Vermelhos. Uma das poucas notícias que me agradou, pode apostar que vem coisa boa por aí (procede isso, aliás?).

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